Análise : Os Lusíadas
Os
Lusíadas
Poema publicado em
1572, no auge do Renascimento literário em Portugal, é considerado pela crítica
literária a maior obra poética da língua portuguesa. Narra a viagem de Vasco da
Gama e sua descoberta do caminho marítimo para as Índias, entre 1497 e 1498.
Camões conta, através dessa epopéia, os grandes feitos da história de
Portugal.
Poema
épico: composto de versos decassílabos (de dez sílabas
poéticas), inspirado em outras duas epopéias: Odisséia, do poeta grego Homero;
e Eneida, do poeta romano Virgílio. As Estrofes foram baseadas no italiano
Ariosto, em oitava rima: versos de oito
estrofes rimados sempre da mesma forma: ABABABCC.
A
epopéia é composta de 1.102 estrofes, 8.816 versos, todos
decassílabos, divididos em dez cantos.
Estrutura
narrativa: é composto de três narrativas o Uma
narrativa central sobre a viagem da armada de Vasco da Gama; o Vasco da Gama
narra, ao rei de Melinde, a história de Portugal até o dia de sua viagem,
incluindo os feitos de Dom Nuno Álvares Pereira; o caso trágico de Inês de
Castro; e o dia de sua própria partida, com o premonitório discurso do “Velho
do Restelo” e o episódio do “Gigante Adamastor”; o Relatos do marinheiro
Veloso, incluindo o episódio dos “Doze da Inglaterra”; o Relato de Paulo da
Gama, irmão de Vasco, já nas Índias, sobre outros feitos dos portugueses, ao Catual*
de Calicute.* Catual:Intendente de negócios estrangeiros;uma espécie de
prefeito, administrador.
Estrutura
Proposição:
(Canto I, estrofes 1 a 3) Intenção do poema: celebrar os feitos lusitanos,
navegações e conquistas.
Invocação: (Canto I, estrofes 4 e
5) o poeta invoca o auxílio das ninfas do rio Tejo (as Tágides) para que dêem inspiração.
4
Dedicatória (Canto I,
estrofes 6 a 18) ao rei D. Sebastião, visto como a esperança de propagação da
fé católica e aumento do império português.
Narração:
(a partir da estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto X). Concílio dos
deuses sobre a ousada decisão dos portugueses: devem favorecê-los ou
impedi-los? Júpiter é favorável; Baco, ferrenhamente contrário; ambém são a favor Marte e Vênus, esta nos
Portugueses vendo a raça latina descendente de seu filho Enéias. Baco,
derrotado na assembléia divina, põe em ação a sua hostilidade contra os lusos,
procurando impedir que cheguem à sua Índia, e para isto se valendo da gente
africana, que lhes arma ciladas.
Paulo da Gama explica ao Catual o significado dos símbolos das bandeiras
portuguesas, contando-lhe episódios da História de Portugal nelas
representados. Baco intervém de novo contra os portugueses, aparecendo em
sonhos a um sacerdote brâmane e instigando-o através da informação de que vêm
com o intuito da pilhagem.
O Samorim interroga Vasco da Gama, que acaba por regressar às naus, mas é retido no caminho pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os portugueses depois destes lhes entregarem as fazendas que traziam. O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.
O Samorim interroga Vasco da Gama, que acaba por regressar às naus, mas é retido no caminho pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os portugueses depois destes lhes entregarem as fazendas que traziam. O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.
Epílogo: (Canto X, estrofes 145 a 156), grande lamento
do poeta, que reclama o fato de sua “voz rouca” não ser ouvida com mais atenção.
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