sábado, 1 de dezembro de 2012


                               Análise : Os Lusíadas




Os Lusíadas
Poema publicado em 1572, no auge do Renascimento literário em Portugal, é considerado pela crítica literária a maior obra poética da língua portuguesa. Narra a viagem de Vasco da Gama e sua descoberta do caminho marítimo para as Índias, entre 1497 e 1498. Camões conta, através dessa epopéia, os grandes feitos da história de Portugal.
 
Poema épico: composto de versos decassílabos (de dez sílabas poéticas), inspirado em outras duas epopéias: Odisséia, do poeta grego Homero; e Eneida, do poeta romano Virgílio. As  Estrofes foram baseadas no italiano Ariosto,  em oitava rima: versos de oito estrofes rimados sempre da mesma forma: ABABABCC.

A epopéia é composta de 1.102 estrofes, 8.816 versos, todos decassílabos, divididos em dez cantos.

Estrutura narrativa: é composto de três narrativas o Uma narrativa central sobre a viagem da armada de Vasco da Gama; o Vasco da Gama narra, ao rei de Melinde, a história de Portugal até o dia de sua viagem, incluindo os feitos de Dom Nuno Álvares Pereira; o caso trágico de Inês de Castro; e o dia de sua própria partida, com o premonitório discurso do “Velho do Restelo” e o episódio do “Gigante Adamastor”; o Relatos do marinheiro Veloso, incluindo o episódio dos “Doze da Inglaterra”; o Relato de Paulo da Gama, irmão de Vasco, já nas Índias, sobre outros feitos dos portugueses, ao Catual* de Calicute.* Catual:Intendente de negócios estrangeiros;uma espécie de prefeito, administrador.






Estrutura




Proposição: (Canto I, estrofes 1 a 3) Intenção do poema: celebrar os feitos lusitanos, navegações e conquistas.

Invocação:  (Canto I, estrofes 4 e 5) o poeta invoca o auxílio das ninfas do rio Tejo (as Tágides) para que dêem inspiração. 4
Dedicatória (Canto I, estrofes 6 a 18) ao rei D. Sebastião, visto como a esperança de propagação da fé católica e aumento do império português.

Narração: (a partir da estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto X). Concílio dos deuses sobre a ousada decisão dos portugueses: devem favorecê-los ou impedi-los? Júpiter é favorável; Baco, ferrenhamente contrário;  ambém são a favor Marte e Vênus, esta nos Portugueses vendo a raça latina descendente de seu filho Enéias. Baco, derrotado na assembléia divina, põe em ação a sua hostilidade contra os lusos, procurando impedir que cheguem à sua Índia, e para isto se valendo da gente africana, que lhes arma ciladas.


Paulo da Gama explica ao Catual o significado dos símbolos das bandeiras portuguesas, contando-lhe episódios da História de Portugal nelas representados. Baco intervém de novo contra os portugueses, aparecendo em sonhos a um sacerdote brâmane e instigando-o através da informação de que vêm com o intuito da pilhagem.
O Samorim interroga Vasco da Gama, que acaba por regressar às naus, mas é retido no caminho pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os portugueses depois destes lhes entregarem as fazendas que traziam. O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.


Epílogo:  (Canto X, estrofes 145 a 156), grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua “voz rouca” não ser  ouvida com mais atenção.       
               




















quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Analise da obra: A Auto da Barca da Alma de Gil Vicente


O auto da Alma, composto por Gil Vicente e representado à corte em 1518, é uma peça de caráter religioso e moralista. O autor é considerado um inovador do que até então era chamado teatro litúrgico e sua versatilidade em relação aos temas, original.
Para tratarmos da construção Dramática da peça é mister que retomemos a concepção dada desde o teatro clássico que era dividido em tragédia e comédia, sendo a primeira de linguagem erudita e vocabulário elevado, altamente apreciado pelas classes cultas e o segundo com linguagem e personagens populares, há também o épico, que são narrativas utilizadas para narrar os feitos sublimes de um povo ou de uma personagem que os representem.
Quanto a estrutura teatral, o autor divide suas peças em épicas, que as vezes não tem um conflito , mas sim os germes do conflito, ou seja, não uma relação de causa e efeito entre os episódios, e a estrutura dramática, em que todos os personagens devem participar do conflito que é de profunda tensão do início ao fim da peça. Alguns autores preferem chamá-las de peças de enredo (dramáticas), aquelas que se desenvolvem uma estória de ação contínua, com começo meio e fim.
É o caso do auto da alma em que é criada uma situação de conflito, a alma que tem que voltar à sua unidade divina, porém aparecem interesses divergentes e as vontades contrárias se debatem, é o caso do diabo que a toda hora tenta seduzir a alma à se render às riquezas terrais e o anjo que a toda hora tem que voltar para dissuadir a alma das tentações do Diabo. Assim as ações dos personagens desencadeia uma relação tensa, que é representada por todas as paradas da alma pelo caminho para ouvir as tentações diabólicas, o que intriga o receptor se chegou a hora da alma render-se e entregar-se aos pecados. A resolução chega quando a alma e o anjo chegam em frente da estalajadeira (Madre Santa Igreja), e essa lhe absolve dos pecados por lágrimas e pelo sofrimento de Jesus para a redenção dos pecados. Este é um modelo típico de construção dramática que leva a tensão do início ao fim.
Em caráter de exemplo, veremos como se desenvolve a construção épica, ou como preferem outros autores denominar fragmentada ou descontinuada. É o caso de outra peça de Gil Vicente, “O auto da barca do inferno”, em que não há qualquer personagem que gere conflito e há uma sucessão de episódios mais ou menos idênticos e sem relação entre eles, a ação é constituída de uma única situação, variando somente os exemplos. O mundo é apresentado no seu espaço e variedade. A estrutura é chamada técnica de desfile.

Exercício Avaliativo sobre o Classicismo e Barroco



                                                                Texto 1
                                                                 Mote alheio
                                                        Perdigão perdeu a pena,
                                                       Não há mal que lhe não venha.
                                                              Voltas
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asa com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E,vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.


Texto 2
Sete anos de pastor Jacob servia          Este soneto remonta a uma passagem bíblica                                                                                                                                                                                     Labão,pai de Raquel,serrana bela;        que narra a história dom pastor Jacó e de seu
Mas não servia ao pai,servia a ela,        amor por Raquel.Esta,filha de Labão,tinha
E a ela só por prêmio pretendia.            Uma irmã mais velha:Lia.Para casar-se com
Os dias,na esperança de um só dia,       Raquel,Jacó submeteu-se à condição imposta
Passava,contentando-se com vê-la;        por Labão:trabalhar para ele por sete anos.Fin-
Porém o pai,usandode cautela,               do esse prazo,Labão entregou-lhe Lia(segundo a
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.           Tradição,a filha mais velha devia ser a primeira
Vendo o triste pastor que com enganos     a primeira a se casar).Desapontado,Jacó                       
Lhe fora assi negada a sua pastora,          esposou Lia,mas continuava desejando Raquel
Como se não a tivera merecida,                O pai da moça,então,propôs-lhe novamente o
Começa de servir outros sete anos,            mesmo acordo.
Dizendo:-Mais servira,se não fora             ssim se fez:Jacó trabalhou mais sete anos pa-
Para tão longo amor tão curta a vida!       ra ter Raquel mas,segundo aBíblia,”eles se
                                                                   Mostraram aos seus olhos como apenas alguns
                                                                     Dias,por causa de seu amor por ela”.
                                            Texto 3
     Busque Amor novas artes,novo engenho,
Pera matar-me,e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar,perdido o lenho.
Mas,conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta,lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê;
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê,que nasce não sei onde,
Vem não sei como,e dói não sei por quê.

A propósito dos textos: Pág67
1-) No texto 1 , Camões trabalha com várias palavras de duplo sentido. Dê  dois exemplos tirados do texto.
R: Pena e Perdigão
2-)Relacione o texto 1 com aquele famosos provérbio que diz “Quanto mais alto o voo, maior a queda.”
R: Perdigão voou alto demais, além do que deveria, ele quis voar até a alta torre,mas não conseguiu e tombou.
3-)Seria possível relacionar Perdigão com Portugal?Justifique a resposta.
R: Sim pelo fato dos dois sempre quererem  mais, se deixaram levar pela ambição.
4-)De que modo Camões vê o amor no texto 2?
R: Como forma de sofrimento , coração solitário, doloroso.
5-)E o Amor, no último terceto do texto 3?
R: Ele vê o Amor como algo perigoso que nasce do nada podendo levar ao desgosto, uma fusão de sentimentos  indescritíveis.
6-A quase totalidade dos poetas, em todos os tempos , escreveu sobre o Amor. Cite algumas palavras relacionadas ao Amor , escritas por um poeta , ou mesmo por um compositor popular , que ficaram marcadas em você.
 “Amor perfeito é dom de Deus e só Ele pode dar, com este Amor eu posso crer tudo superar sei que em toda minha vida jamais falhará.”


                                      Texto 4
 Amor é fogo que arde sem se ver;             É quere estar preso por vontade;
É ferida que dói e não se sente;                  É servi a quem vence,o vencedor;
É um contentamento descontente;              É ter com quem nos mata lealdade.
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;       Mas como causar pode seu favor
É solitário andar por entre a gente;             Nos corações humanos amizade,
É nunca contentar-se de contente;               Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
É cuidar que se ganha em se perder;
                                                     CAMÕES,Lúis Vaz de.IN:Obras completas.4.ed.Lisboa,Sá da Costa,1971*.









A propósito dos textos  Pág 68
1-)Qual o nome que se dá a esse tipo de composição poética (14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos)?
R: Esse tipo de composição poética é o Soneto.
2-O poeta repete várias vezes a forma verbal é, com a função de ligar um predicativo a um sujeito.Qual o sujeito desses verbos?
R: O Amor.
3-)Qual a característica maior de todos os predicativos que aparecem no texto?
R: O autor tenta descrever o sentimento Amor em ambos os textos.
4-)O texto apresenta várias antíteses.Qual seria a maior delas?
R:OAmor como algo bom  e ruim .
5-)Você acredita que o Amor traz amizade aos corações humanos ? Por quê ?
R:Sim.Porque o Amor nasce nos nossos corações, onde há Amor, há também amizade.
                                                   
   A propósito dos textos   Pág 76 a 80

1-)Qual a relação estabelecida pelo Poeta entre o homem e o céu?
R:O homem teme o céu por esse ser grande ,imenso o que causa temor.
2-)Haverá um lugar”onde o homem terá segura sua curta vida”?
R:Sim o paraíso, ou seja o céu.
3-)Na música “Os argonautas” , Caetano Veloso lembra os versos camonianos e as palavras de Fernando Pessoa , ao afirmar :
                      “O barco
                        Meu coração
                        Não aguenta
                        Tanta tormenta
                         alegria
                         meu coração
                         não contenta
                         o dia , o marco
                         meu coração
                         o porto, não
                                navegar é preciso
                                 viver não é preciso”
Navegar pode ter seu significado ampliado , ter um sentido conotativo.Como você o interpreta?
4-(As estrofes do texto 2 pertencem a um famoso episódio de Os lusíadas.Qual é o episódio?Qual o seu significado no contexto do poema?
R:Ao episódio V onde os marinheiros se deparam com algo desconhecido.
5-)Potestade significa’ autoridade’,’poder’.e Rodes o que seria?Qual a relação que tem com ‘um dos sete milagres do mundo?
R:Rodes é um lugar, e por ser admirável, e bonito pode ser considerado uma das sete  Mmaravilhas do mundo.

Exercícios e testes

1-) O Poeta
   Este,de sua vida e sua cruz
uma canção eterna solta aos ares
Luís de ouro vazando intensa luz
Por sobre as ondas altas dos vocábulos.’’
Nestes versos de Carlos Drummond de Andrade destacam-se dois sentidos para a navegação do Luís.Quais são?
R:Camões vê as navegações com outros olhos como música(vocábulos)  e palavras.
2-)O professor Hernâni Cidade,na abertura de seu livro A literatura portuguesa e a expansão ultramarina,narra o seguinte episódio:
‘Quando os nautas do Gama desembarcaram em Calecut,foi um deles interrogado sobre os motivos da viagem,econsta que respondeu:
‘-Viemos buscar cristãos e especiarias’.
Dava o marinheiro,na singeleza da resposta, a completa finalidade dos objetivos:amistura,bem humana,da ganância comercial com o proselitismo religioso.”
Relacione a resposta do marinheiro português com o momento histórico que marcou a viagem de Vasco da Gama ás Índias(1497-99).
R:A viagem de Vsco da Gama tinha como objetivos a busca de novas terras, propagação da fé cristã e especiarias.
3-)Um dos mais famosos sonetos de Camões assim se inicia:
 “Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.”
 Você diria que no quarteto apresentado podemos perceber a visão platônica que Camões tem do Amor?Por quê ?
R:O Amor é platônico algo “imaginado”.

4-)(FUVEST-SP)
 “Destarte,enfim,conformes já as fermosas
Ninfas cós seus amados navegantes,
Os ornam de capelas deleitosas
De louro e de ouro e flores abundantes.
As mãos alvas lhe davam como esposas;
Com palavras formais e estipulantes
Se prometem eterna companhia,
Em vida e morte,de honra e alegria.” Quem escreveu a estrofe acima?
a-)Luís de Camões       c-)Gil Vicente                e-)Antero de Quiental
b-)Almeida Garrett       d-)Fernando Pessoa
R: a

5-)(FUVEST-SP)
  ‘No mar,tanta tormenta e tanto dano,
Tanatas vezes a morte apercebida;
Na terra,tanta guerra,tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?”
Nessa estrofe;Camões:
a-)exalta a coragem dos homens que enfrentam os perigos do mar e da terra.
b-)comsidera quanto o homem deve confiar na providência divina que o ampara nos ricos e adversidades.
c-)lamenta a condição humana ante os perigos sofrimentos e incertezas da vida.
d-)propõe uma explicação a respeito do destino do homem.
e-)classifica o homem como um bicho da terra,dada a sua agressividade.
R: c

6-)(FUVEST-SP)Camões:
a-)nasceu no dia 10 de junho de 1580.
b-)escreveu uma epopéia publicada no ano de 1572.
c-)tomou a Divina comédia como modelo de seu poema.
d-)foi amigo de Gil Vicente,com quem conviveu na corte.
e-)esteve na Itália,de onde levou para Portugal os princípios da estética clássica.
R: b

7-)O poema Os lusíadas,de Camões,se incluiu entre as produções poéticas de forma fixa.Encerra8 816 versos,todos com o mesmo número de sílabas,Que número é esse?
a-)5     b-)7                        c-)12                            d-)10                              e-)n.d.a.
R: d

8-)A “oitava”,trazida da Itália por Sá de Miranda,foi adotada por Camões no poema Os lusíadas.Qual a disposição correta da’oitava rima”?
a-)o 1°. Com o 2°.,o3°.com o 4°.,o5°.com o 6°.,o7°.com o 8°.
b-)o 1°.com o 3°.,5. E 7°.;o 2°.com o4°.,6°.e 8°.
d-)n.d.a.
R: b

9-)Camões distinguiu-se na literatura portuguesa,entre outaras razões:
a-)por ter sido o primeiro escritor clássico de Portugal
b-(por ter sido o maios caricaturista da sociedade portuguesa do século XVI
c-)por ter criado o teatro popular
d-)por ter escrito a melhor interpretação poética dos valores espirituais,morais e cívicos que distinguiam-se a civilização portuguesa
R: a

10-)Na proposição de Os lusíadas,Camões afirma que vai cantar:
a-)as navegações de Grécia e Tróia
b-)o que a musa antiga canta
c-)as obras valorosas dos antigops romanos
d-)as guerras,as navegações,a história dos reis e dos homens ilustres portugueses
R: d

11-)FESL-SP)Em Os lusíadas,Camões:
a-)narra a viagem de Vasco da Gama ás Índias.
b-)tem por objetivo criticar a ambição dos navegantes portugueses que abandonam a pátria á mercê dos inimigos para buscar ouro e glória em terras distantes.
c-)afasta-se dos modelos clássicos,criando a epopeia lusitana,umgênero inteiramente original na época.
d-)lamenta que,apesar de ter dominado os mares e descoberto novas terras, Portugal acabe subjugado pela Espanha.
e-)tem como objetivo elogiar a bravura dos portugueses e o faz através da narração dos episódios mais valorosos da colonização brasileira.
R: a

12.(FUVEST-SP)NA Lírica de Camões,
a-)o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior.
b-)encontram-se sonetos,odes,sátiras e autos.
c-)cantar a P´[atria é o centro das preocupações
d-)encontram-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX.
e-)a mulher é vista em seus aspectos físicos,despojada de espiritualidade.
R: c

13-)(FUVEST-SP)Camões escreveu obra épica ou lírica?Justifique sua resposta,exemplificando com obras do autor.
As duas , lírica:verdes são os campos,obra épica: s lusíadas.

14-)(FUVEST-SP)
  “Não mais,Musa,não mais,que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto,mas de ver que venho
Cantar a gente sura e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria,não,que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera,apagada e vil tristeza.”
Os versos acma pertence, a que parte de Os lusíadas?
a-)Proposição                                           c-)Dedicatória           e-)Epílogo
b-)Invocação                                             d-)Narração   
R: e

As duas questões a seguir referem-se ao fragmento
 “Converte-se-me a carne em terra dura;
Estes penedos os ossos de fizeran;
Por estas longas águas se estenderam,
Enfim,minha grandíssima estatura
Neste remoto cabo converteram
Os deuses;e,por mais dobradas mágoas,
Me anda Tétis cercando destas águas.”

15-)(ESANSP)Tem-se a figura do Gigante Adamastor criada pelo poeta:
a-)português;Luís de Camõesem Os lusíadas
b-)brasileiro,Basílio da Gama,em O Uruguai
c-)português,Pe.Antônio Vieira,em Sermão da sexagésima
d-)brasileiro,Mário de Andrade,em Macunaíma
e-)n.d.a
R: a

16-)(ESANSP)Afigura da retórica que compõe o texto é:
a-)metáfora:”consiste na transferência do nome de um elemento para outro,em vista de uma relação de semelhança entre ambos”.
b-)prosopopeia:”atribui vida,ou qualidades humanas,a seres inanimados,irracionais,espécie de animismo”.
c-)paronomásia:vocábulos semelhantes na forma,mas opostos ou aparentados no sentido.
d-)metonímia:emprego de um vocábulo por outro,com o qual estabelece uma constante e lógica relação de contiguidade.
e-)sinédoque:designa-se o mais restrito pelo mais extenso,ou seja,a espécie pelo gênero,a parte pelo todo.
R: a

17-)(F.C.Chagas0”Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partiríamos,quando a mais temerosa desdita pesou sobre nós.Por uma bela noite dos idos de maio do ano translato,perdíamos a muiraquitã;que outrem grafara muraquitã,e alguns doutos,ciosos de etimologias esdrúxulas,ortografam muyrakitan e até mesmo muraquéitã,não sorriais!” Neste fragmento da “Carta pras Ícamiabas”,em Macunaíma,de Mário de Andrade,encontramos
a-)uma paródia do estilo clássico lusitano.
b-)um elogio à eloquência dos parnasianos.
c-)avalorização da linguagem utilizada pela estética do século XVIII.
D-)uma apologia do estilo pretensioso e da oratória vazia de conteúdo.
e-)uma sátira aos romances indianistas do século XIX.18-)(VUNESP)
R: a

  “Tanto de meu estado me acho incerto
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa,justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto,um desconcerto;
Da alma um fogo,me sai,da vista um rio;
Agora espero;agora desconfio,
Agora desvario,agora acerto.
Estando em terra,chego ao céu voando,
Num’hora acho mil anos,e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um’hora.
Se me pergunta alguém por que assi ando,
Respondo que não sei;porém suspeito
Que só porque vos vi,minha Senhora.”

18-) O soneto acima transcrito é de Luís de Camões.Nele se acha uma característica da poesia clássica renascentista.Assinale essa característica,em uma das alternativas:
a-)A suspeita de amor que o poeta declara na conclusão.
b-)O jogo de contradições e perplexidades que atormentam o poeta.
c-)O fato de todos perguntarem ao poeta porque assim anda.
d-)O fato de o poeta não saber responder a quem o interroga.
e-)A utilização de um soneto para relato das suas amarguras.
R: b

19-)(VUNESP)
 “Ó tu,que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar uma donzela,
Fraca e sem forçã,só por ter sujeito O coração a aquém soube vencê-la).
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens á morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.”
A estância acima transcrita pertence a Os lusíadas de Camões,e faz parte de um dos mais conhecidos”episódios”daquela obra.Indique-o nas alternativas abaixo assinaladas:
a-Episódio da Ilha dos Amores.
b-)Episódio do Gigante Adamastor.
C_)Episódio de Inês de Castro.
d-)Episódiodos Doze de Inglaterra.
e-)Episódio da Batalha de Aljubarrota.
R: c

20-)(UM-SP)Sobre a lírica camoniana,é incorreto afirmar que:
a-)boa parte de sua realização se encontra na poesia de inspiração clássica.
b-)sua temática é variada,encontrando-se desde temas abstratos até tradicionais.
d-)no aspecto formal,é toda construída em vercos decassílabos em oitava rima.
d-)sonda o sombrio mundo do”eu”,da mulher,da Pátria e de Deus.
e-)muitas vezes,o poeta procura conceituar o Amor,lançando mão de antíteses e parodoxos.
R: d

                            O Barroco em Portugal

 A propósito dos textos  Pág 88

1-)Observe o estilo utilizado pelo Padre Vieira no desenvolvimento de seu sermão:constantes interrogações para permitir-lhe as várias respostas,encadeando as ideias;a adequação de passagens bíblicas ao tema do sermão;uma retórica aprimorada.Como era chamado este estilo no período barroco?
R:Conceptismo

2-)”Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas,como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras.”
Qual o estilo criticado por Vieira na frase acima?Justifique sua resposta.
R: cultismo, pois este do barroco prega o jogo de palavras, o que pode ser associado com o “xadrez de palavras”mencionando por Vieira.

3-)Dia x  noite;luz x sombra;branco x negro;subiu x desceu.Vieira está criticando o uso de qual figura?
R:Antítese

4-)Observa-se que em todo o fragmento apresentado Vieira critica o jogo de palavras,mas,ao final,quando mais contundentes é sua crítica,ele faz um jogo com a palavra palavra(usada com maiúscula e com minúscula).Explique.
R:O uso de “palavra”pode-se referir ao substantivo que indica vocábulo provido de significação.Já “Palavra com”P” maiúsculo pode indicar a segunda Pessoa da Santíssima Trindade,Jesus de Nazaré.

                                                      Leitura
                                        Terceira carta
                                                       (fragmento)
        (...)Pobre de mim!Digna de lástima que sou por não poder partilhar contigo as minhas penas e ser eu só a desgraçada!Tira-me a vida este pensamento.Morro de desgosto ao imaginar que nunca gozas- te verdadeiramente os nossos enlevos.Sim,conheço agora a má-fé de todas as tuas intenções.Atraiçoavas-me tosdas as vezes que me dizias que o teu maior contentamento era estar a sós comigo.Somente ás minhas importunações devo os teus transportes e afagos... Formaste de caso pensado a tentação de me entotecer. Consideraste a minha paixão uma vitória tua sem que o teu coração nela entrasse em coisa nenhuma. És assim tão vil e tens tão pouca delicadeza que não soubeste tirar melhor proveito dos meus arrebatamentos? E como é possível que com tanto amor eu não conseguisse dar-te uma felicidade perfeita? Lamento, por amor de ti apenas, as aventuras sem par que perdeste. Que mau sestro te levou a não as querer gozar? Ai, se provaras, verias que eram mais gostosas que a satisfação de me haveres seduzido, e reconhecerias que se é mais feliz e que é bem mais agradável amar com ardor do que ser amado.
            Não sei já o que sou, nem o que faço, nem o que quero. Espedaçam-me impulsos desencontrados.  Alguém poderá imaginar um estado tão lastimoso? Amo-te doidamente e quero-te também quem nem me atrevo a desejar quem em ti se renovem arrebatamentos iguais aos meus. Morreria ou acabaria por morrer de mágoas se estiver certa de que não podias ter descanso, que a tua vida era só desassossego e desvario, que passavas o tempo a chorar e que tudo te causava desgosto. Se mal posso com as minhas penas, como aguentaria a dor de ver as tuas, que sinto mil vezes mais?
            Apesar de tudo não tenho ânimo para desejar que não me tragas no pensamento. E, para falar com franqueza, tenho ciúmes pavorosos de quanto possa dar-te contentamento e diz respeito ao teu coração, e do que te cause agrado em França.
            Não sei por que te escrevo. Vejo bem que só te mereço compaixão e não quero a tua compaixão. Desprezo-me a mim mesma quando considero em tudo o que te sacrifiquei. Perdi a reputação, provoquei as iras dos meus, os rigores das leis deste Reino para com as freiras e a tua ingratidão que me parece o pior de todos estes males (...)
            ALCOFORADO, Sóror Mariana. In: Mariana Alcoforado – Cartas.
Rio de Janeiro, AGIR, 1962. P. 28-30.

a propósito do texto
            Aponte, no fragmento acima, uma passagem em que se perceba o conflito típico do Barroco e outra passagem em que Sóror Mariana fez referência a problemas sociais.

Exercícios e testes
1.      “ Das atitudes diferentes, dois diferentes processos: a atitude sensual de rebusca do mais pulcro e fulgurante para o encanto dos olhos; a atitude intelectual, que formula o conceito engenhoso, para deliciado pasmo do espírito dialético. De comum, apenas o objetivo de surpreender pela singularidade espantosa.” (Hernâni Cidade)
Quais são os dois processos a que se refere o crítico português, respectivamente?
R: Cultismo e conceptismo
2.       (PUCSP) “Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as conveniências que se hão de seguir, com os incovenientes que se devem evitar; há de concluir, há de persuadir, há de acabar.”
                        (Padre Antônio Vieira)
2-Este trecho do Sermão da sexagésima, de autoria do Padre Antônio Vieira, aponta as partes que compõem o discurso argumentativo e ilustra o Barroco, em seu estilo conceptista. – Em que consiste este estilo? Exemplifique-o com o texto acima.
R: Conceptismo,pois podemos ver traços deste estilo barroco como o jogo de conceitos em ‘Há de tomar uma só matéria,há de dfiní-la para que conheça(...)”.
Associe as colunas:


a)      Silesianismo
b)      Marinismo
c)      Gongorismo
d)     Eufemismo

e)      Preciosismo
( C ) Espanha
  ( B ) Itália
  (E  ) França
  ( A ) Alemanha
  ( D ) Inglaterra                                                                 



3.                O barroco literário, apresenta basicamente dois estilos: Cultismo e Conceptismo.  Associe:

(1)   Cultismo
(2)   Conceptismo









 ( 2 ) raciocínio lógico
( 1 ) linguagem rebuscada
( 2 ) retórica aprimorada
( 2 ) estilo utilizado por Vieira
( 1 )valorização do pormenor




  5-)Aponte a alternativa incorreta sobre o Sermão da sexagésima:
a-)O autor desenvolve dialeticamente a seguinte tese”A semente é a palavra de Deus”.      
b-)O estilo é barroco e privilegia a corrente conceptista de composição.
c-)O orador discute no sermão cinco causas possíveis que não permitiram a entrada da palavra de Deus no coração dos homens.
d-)Vieira baseia-se em parábolas bíblicas,e sua linguagem se vale de estruturas retóricas clássicas.
e-)Pela sua capacidade de argumentação,Vieira consegue,neste sermão,convencer os indígenas a se converterem.
R: e

6-)(F.C.Chagas-BA)Assinale o texto que,pela linguagem e pelas ideias,pode ser considerado como representante da corrente barroca.
a-)”Brando e meigo sorriso se deslizava em seus lábios;os negros caracóis de suas belas madeixas brincavam,mercê do zéfiro,sobre suas faces...e ela também suspirava.”
B-)Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos squares.Mas a abóboda de garoa desabava os quarteirões.”
c-)”Os sinos repicavam numa impaciência alegre.Padre Antõnio continuou a caminhar lentamente,pensando que cem vezes estivera a cair,cedendo à fatalidade da herançae à influência do meio que o arrastavam para o pecado.”
d-)”De súbito,porém,as lancinantes incertezas,as brumosas noites pesadas de tanta agonia,de tanto pavor de morte,desfaziam-se,desapareciam completamente como os t6ênues vapores de um letargo...”
e-)Ah!Peixes,quantas invejas vos tenho a essa natural irreguralidade!A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio.Eu falo,mas vós não ofendeis a Deus com as palavras:eu lembro-me,mas vós não ofendeis a Deus com a memória:eu discorro,mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento:eu quero,mas vós não ofendeis a Deus com a vontade.”
R: e

7-)(FUVEST-SP)”Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear,há outros que semeiam sem sair.
Os que saem a semear são os que vão pregar á Índia,á China,ao Japão;os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria,Todos terão sua razão,mas tudo tem sua conta.Aos que têm a seara em casa,pagar-lhes-ão a semeadura:aos que vão buscar a seara tão longe,hão-lhes de medir a semeadura,e hão-lhes de contar os passos.Ah!dia do juízo!Ah!pregadores!Os de cá,achar-vos-ei com mais paço;os de lá,com mais passos...”
A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas típicas da prosa seiscentistas,a saber:
a-)O Sebastianismo,isto é, a aceleração do mito da volta de D.Sebastião,rei de Portugal,morto na batalha de Alcácer-Quibir.
b-)a busca do exotismo e da aventura ultramarina,presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c-)a exaltação do heroico e do épico,por meio das metáforas grandiloquentes da epopeias.
d-)o lirismo trovadoresco,caracterizando por figuras de estilo passionais e místicas.
e-)o Conceptismo,caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética.
R: e

8-)(FUVEST-SP)Sobre o estilo de Coelho Neto:
   “Pode-se mesmo dizer...que o seu maior compromisso é com a linguagem,presa á tradição de prosadores seiscentistas,donde o excessivo aportuguesamento do estilo.”
                                                                              (Antônio Cândido e J.Aderaldo Castello)
 É obra representativa da prosa seiscentista:
a-)Monólogo do vaqueiro,de Gil Vicente.
b-)Os lusíadas,de Camões.
c-)Eurico,
d-)Nova floresta,de Manuel Bernardes.
R: e

9-)(FUVEST-SO)Sobre o estilo de Coleho Neto :
 “Pode-se mesmo dizer...que o seu maior compromisso é com a linguagem,presa à tradição de prosadores seiscentistas,donde o excessivo aportuguesamento do estilo.”
                                                                                                           (Antônio Cândico e J.Aderaldo Castello)
É obra representativa da prosa seiscentista:
a-)Monólogo do vaqueiro,de Gil Vicente.
b-)Os lusíadas,de Camões.
c-)Eurico,presbuto,de Alexandre Herculano.
d-)Nova floresta,de Manuel Bernades.
e-)Frei Luís de Sousa,de Almeida Garrett.
R: d

10-)(FUVEST-SP)a respeito  do Padre Antônio Vieira,pode-se afirmar que:
a-)Embora vivesse no Brasil,por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais.
b-)Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
c-)Dada sua espiritualidade,demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.
d-)Em função de seu zelo para com Deus,utilizava-O para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.
e-)Mostrou-se tímido diante dos poderosos.
R: b

11-)Assinale a incorreta:
O Barroco surgiu como reação aos ideais da Idade Média e à valorização demasiada da Antiguidade clássica,apresentando:
a-)a fusão do teocentrismo com o antropocentrismo
b-)predomínio do equilíbrio em todas as formas artísticas
c-)estilo rebuscado como manifestação de angústia
d-)predomínio de forma,cor e riqueza,em detrimento do conteúdo
e-)a fusão do pecado com o perdão
R: c

12-)(FEBASP)
  “Basta,senhor,que eu,porque roubo eem uma barca,sou ladrão,e vós,porque roubais em uma roubada,sois imperador?Assim é.O roubar pouco é culpa,o roubar muito é grandeza:o roubar com pouco poider faz os piratas,o roubar com muito,os Alçexandres...O ladrão que furta para comer,não vai nem leva ao inferno:os que não só vão,mas que levam,de que eu trato,são os outros – ladrões de maior calibre e de mais alta esfera...Os outros ladrões roubam um homem,estes roubam as cidades e reinos;os outros furtam debaixo de seu riso,estes,sem temor nem perigo;os outros se furtam e enforcam.” (Sermão do bom ladrão- Vieira)
Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho pode-se afirmar:
a-)O autor recorre ao Cultismo da linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de imagens.
b-)Vieira recorre ao preciosismo da linguagem,isto é,através de fatos corriqueiros,cotidianos,procura converter o ouvinte.
c-)Padre Vieira emprega,principalmente,o Conceptismo,ou seja,o predomínio das ideias,da lógica,do raciocínio.
d-)O pregador procura ensinar preceito religiosos ao ouvinte,o que era prática comum entre os escritores gongóricos.
R: c