quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Analise da obra: A Auto da Barca da Alma de Gil Vicente


O auto da Alma, composto por Gil Vicente e representado à corte em 1518, é uma peça de caráter religioso e moralista. O autor é considerado um inovador do que até então era chamado teatro litúrgico e sua versatilidade em relação aos temas, original.
Para tratarmos da construção Dramática da peça é mister que retomemos a concepção dada desde o teatro clássico que era dividido em tragédia e comédia, sendo a primeira de linguagem erudita e vocabulário elevado, altamente apreciado pelas classes cultas e o segundo com linguagem e personagens populares, há também o épico, que são narrativas utilizadas para narrar os feitos sublimes de um povo ou de uma personagem que os representem.
Quanto a estrutura teatral, o autor divide suas peças em épicas, que as vezes não tem um conflito , mas sim os germes do conflito, ou seja, não uma relação de causa e efeito entre os episódios, e a estrutura dramática, em que todos os personagens devem participar do conflito que é de profunda tensão do início ao fim da peça. Alguns autores preferem chamá-las de peças de enredo (dramáticas), aquelas que se desenvolvem uma estória de ação contínua, com começo meio e fim.
É o caso do auto da alma em que é criada uma situação de conflito, a alma que tem que voltar à sua unidade divina, porém aparecem interesses divergentes e as vontades contrárias se debatem, é o caso do diabo que a toda hora tenta seduzir a alma à se render às riquezas terrais e o anjo que a toda hora tem que voltar para dissuadir a alma das tentações do Diabo. Assim as ações dos personagens desencadeia uma relação tensa, que é representada por todas as paradas da alma pelo caminho para ouvir as tentações diabólicas, o que intriga o receptor se chegou a hora da alma render-se e entregar-se aos pecados. A resolução chega quando a alma e o anjo chegam em frente da estalajadeira (Madre Santa Igreja), e essa lhe absolve dos pecados por lágrimas e pelo sofrimento de Jesus para a redenção dos pecados. Este é um modelo típico de construção dramática que leva a tensão do início ao fim.
Em caráter de exemplo, veremos como se desenvolve a construção épica, ou como preferem outros autores denominar fragmentada ou descontinuada. É o caso de outra peça de Gil Vicente, “O auto da barca do inferno”, em que não há qualquer personagem que gere conflito e há uma sucessão de episódios mais ou menos idênticos e sem relação entre eles, a ação é constituída de uma única situação, variando somente os exemplos. O mundo é apresentado no seu espaço e variedade. A estrutura é chamada técnica de desfile.

2 comentários:

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